terça-feira, fevereiro 13, 2007
Estou aborrecida. Tão aborrecida que estou tentada a fazer grandes considerações sobre a vida e mudar algumas perspectivas na mesma. Já expliquei ao Sr. do Gabinete que esta reestruturação nao o afecta a ele, os ditados podem manter-se, que a instituição que é o meu orgulho não entra em falência por tão pouca soberania. Mas o ministério do bom senso anda a atirar pedras a este meu telhado de vidro, que de tão frágil já só me protege em verões mornos e de tardes soalheiras. Com a chegada de um Inverno tão súbito, a neve gelou-me as lágrimas, que ficam ainda hoje por cair. O vento atirou os soluços do primeiro andar da minha garganta, a geada fez derrapar o peso dos meus 50 kilos para o centro do meu peito. Interrompi a circulação do sangue às minhas mãos, que ficaram pálidas, translúcidas, incapazes de te tocar sem sentir que se quebram as articulações com o peso dos movimentos do meu corpo ao teu.
